Senador ainda expressou preocupação com possível proibição de refeições levadas pela família ao ex-presidente

Logo após visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) relatou que seu pai se encontra “indignado e inconformado” por estar preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. Segundo o parlamentar, o líder conservador tem indagado o que fez para merecer estar nesta situação.

– Continua muito indignado e inconformado, a todo momento falando como se tivesse se defendendo ainda dessa perseguição que ele sofreu, [dizendo que] “o que eu fiz para estar aqui”, “fiz uma transição tranquila de governo após a eleição”. (…) Fazendo a defesa dele como sempre de, obviamente, não trabalhou para que houvesse nenhum conjunto ou contexto que pudesse motivar qualquer ato irresponsável – declarou o congressista, em entrevista a jornalistas diante da sede da PF.

O congressista ainda expressou preocupação com uma suposta proibição de que Bolsonaro receba refeições preparadas fora da superintendência e levadas pela família.

– Alguém, não sei de quem partiu a ordem, de proibir que a família trouxesse comida dele que é feita com base na prescrição médica, que ele precisa ter uma alimentação especial por causa do fluxo intestinal e das sequelas da cirurgia. Me soou muito estranho que alguém tivesse dado essa determinação para ir contra a medicação que é prescrita pelos médicos, para evitar intercorrências – pontuou.

Ele informou que o ex-presidente teve uma crise de soluço durante a noite, e que a situação o preocupa.

 É um cara de 70 anos de idade. Aqui ele fica sozinho na sala, a Michelle falou pra gente ontem, durante o nosso evento no PL, porque é ela que cuida dele de noite, quando ele tem uma crise de soluço, ele teve outra crise soluço de ontem pra hoje (…) Ele acaba broncoaspirando e pode acarretar numa infecção no pulmão. Isso pode ser letal – alertou.

O parlamentar ainda defendeu que a tentativa de violar a tornozeleira eletrônica com um ferro de solda foi feita por Bolsonaro em um momento de “confusão mental” devido ao uso de remédios.

– Ainda que ele desse marretada na tornozeleira era impossível fugir. Moraes queria fazer e fez [decretar a prisão]. Foi uma confusão mental da parte dele – argumentou.

Flávio também reportou que o pai pediu para que ele transmita seu pedido direto aos presidentes do Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) para que seja pautada a anistia aos condenados pelo suposto plano de golpe de Estado.

Segundo o senador, Bolsonaro orientou a priorizar a pauta da anistia e deixar as discussões sobre quem irá sucedê-lo na corrida presidencial de 2026 para depois.

O líder conservador foi condenado a 27 anos e três meses de prisão por golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, além de deterioração de patrimônio tombado.