https://portalleodias.com/ Luiz Henrique Oliveira
Mensagens mostram a tensão vivida por Heber Carvalho e a esposa antes de sua morte
As últimas mensagens trocadas entre o 3º sargento do Bope, Heber Carvalho da Fonseca, e a esposa, Jéssica Araújo, revelam a angústia vivida pelo casal nas horas que antecederam a morte do policial durante a megaoperação das polícias Civil e Militar nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro. A ação, considerada a mais letal da história do país, ocorreu na terça-feira (28/10).
Pouco depois das 10h, enquanto participava do confronto, Heber recebeu as primeiras mensagens da esposa. “Você tá bem?”, escreveu Jéssica. Em seguida, ela enviou: “Deus está te cobrindo” e “Estou orando”. O policial respondeu às 10h57: “Estou bem. Continua orando”
O diálogo continuou com novas mensagens de Jéssica, que demonstrava preocupação crescente com a gravidade do cenário. “Te amo”, escreveu ela, seguida de “Cuidado pelo amor de Deus”, “Muitos baleados”, “Amor” e “Me dá sinal de vida sempre que puder”. Depois disso, o celular registrou uma sequência de chamadas não atendidas entre 13h33 e 13h36.
Heber Carvalho, de 39 anos, foi atingido durante o confronto com criminosos e chegou a ser levado ao Hospital Getúlio Vargas, mas não resistiu aos ferimentos. Ele era Lotado no Batalhão de Operações Especiais (Bope).
Em um desabafo publicado nas redes sociais, Jéssica compartilhou o print da conversa e escreveu: “E você não falou mais. E agora o que vou falar pra Sofia?”. A filha do casal, Sofia, é a principal lembrança do policial, descrito pela mulher como um homem dedicado à família e à profissão.
“Pensa em um cara corajoso, que correu atrás dos sonhos e objetivos. Quanto orgulho dessa profissão, e orgulho para todos que tiveram a oportunidade de te conhecer. Você era maravilhoso, obrigada por esses anos ao meu lado. Você é o meu eterno herói, ETERNO 33”, escreveu em outra publicação.
Em um terceiro relato, Jéssica recordou o que o marido costumava dizer quando colegas morriam em serviço: “Ele dizia que tinha uma senha em suas mãos, toda vez que perdia um colega. Que o dia que acontecesse com ele, iria fazendo o que mais amava. E a gente nunca acredita, esse dia chegou. Não consigo explicar essa dor”.
