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Vídeos da confusão na Assembleia de Deus circulam nas redes; áudio atribuído a obreiro reúne críticas à gestão e aponta supostas irregularidades administrativas e financeiras. Caso foi parar na delegacia.
A reunião interna da Assembleia de Deus em Breu Branco (PA), na noite de sábado (28), terminou em confusão e levou a Polícia Militar ao templo. As imagens do tumulto se espalharam pelas redes sociais e colocaram sob holofotes o pastor presidente Josias Roberto de Freitas.
Além dos vídeos, um áudio atribuído a um obreiro circula entre membros e moradores, com uma série de acusações sobre decisões administrativas e finanças da igreja. As denúncias ainda não foram confirmadas de forma independente até a publicação desta reportagem.
Segundo relatos colhidos no local, o desentendimento começou entre dois obreiros e escalou. Em certo momento, um deles deu voz de prisão ao outro. A PM interveio e conduziu os envolvidos à Delegacia de Polícia Civil de Breu Branco para depoimentos. O conteúdo dos vídeos e do áudio poderá ser analisado pelas autoridades caso seja formalmente anexado a um procedimento.
Quem é o pastor Josias Roberto de Freitas
No perfil que mantém no Instagram, Josias Roberto de Freitas se apresenta como psicanalista e teólogo. Fiéis relatam que ele assumiu a liderança local recentemente e promoveu mudanças na dinâmica dos cultos. Segundo o áudio que circula, as alterações de cronograma teriam sido feitas diversas vezes nos últimos meses, o que gerou desconforto entre parte dos obreiros.
A Assembleia de Deus em Breu Branco reúne centenas de membros e congregados e mantém calendário de cultos, ações sociais e atividades ministeriais. Em estruturas desse porte, decisões administrativas costumam passar por conselhos, presbitérios e assembleias, conforme estatutos internos. Eventuais compras de patrimônio, ajustes de direção e remunerações de pessoal seguem regras próprias da denominação e, quando envolvem recursos relevantes, costumam exigir documentação e transparência.
Até o momento, não há manifestação pública do pastor Josias ou da direção local sobre o tumulto de sábado e sobre os pontos levantados no áudio.
Quais são as acusações — e o que se sabe até agora
O áudio atribuído a um obreiro faz cinco frentes principais de acusação. Todas são alegações e carecem de comprovação fora do próprio relato. Veja os pontos:
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Mudanças na rotina de cultos: o narrador afirma que o pastor alterou a logística e o cronograma diversas vezes em poucos meses, criando instabilidade na programação e no trabalho dos obreiros.
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Compra de imóvel de R$ 500 mil: alega que a aquisição teria sido assinada por dois presbíteros sem aval do ministério mais amplo e da membresia. Em igrejas, compras de alto valor normalmente passam por aprovação colegiada e registro em ata.
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Dívida de R$ 100 mil com agiota: o áudio sustenta que o pastor teria tomado o valor “com R$ 3 mil de juros”, expondo a igreja a risco “imoral e ilegal”. A prática, se confirmada, extrapola a esfera eclesiástica e pode ter implicações civis.
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Ausência de ata e lista de presença: o autor diz que, em uma reunião anterior, a ata e a ficha de frequência “não apareceram”. Sem documentos, ficam fragilizados os atos administrativos e a rastreabilidade de decisões internas.
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Remuneração familiar e percentual da igreja: o relato acusa o pastor de pagar R$ 4 mil a cada um de seus filhos e de receber percentual das entradas que chegaria a cerca de R$ 40 mil em alguns meses.