https://pleno.news/ Paulo Moura
Júnior Mano está atualmente no PSB
O deputado federal Júnior Mano (PSB-CE) voltou ao noticiário nacional nesta terça-feira (8) após ser alvo de uma operação da Polícia Federal (PF). Em um passado não muito distante, o político ficou conhecido pelo polêmico apoio à candidatura petista à Prefeitura de Fortaleza nas eleições de 2024, que culminou em sua expulsão do PL a pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O episódio ocorreu quando Mano decidiu apoiar publicamente Evandro Leitão (PT) na disputa pela prefeitura da capital cearense, em vez de se alinhar ao candidato do PL, o deputado federal André Fernandes (PL-CE). Mais do que uma declaração isolada, Mano organizou um grande evento em apoio ao petista, reunindo dezenas de prefeitos cearenses.
Mesmo antes do fato que culminou em sua expulsão do PL, Júnior Mano já integrava uma ala do partido mais próxima do governo Lula e chegou a ser alvo de punições internas na Câmara. Após ser excluído da legenda, ele se filiou ao PSB, onde tem recebido o apoio do senador Cid Gomes (PSB-CE) para disputar uma cadeira pela legenda no Senado em 2026.
SOBRE A OPERAÇÃO
A Polícia Federal deflagrou, nesta terça, uma operação que apura um esquema de fraudes e desvio de recursos públicos no estado do Ceará. Um dos alvos das diligências foi o gabinete de Júnior Mano (PSB-CE), na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Além do gabinete do parlamentar, a PF saiu para cumprir ordens de busca e apreensão em Brasília e em cinco municípios cearenses: Fortaleza, Nova Russas, Eusébio, Canindé e Baixio. No total, são 15 mandados autorizados pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que também determinou a quebra do sigilo de celulares apreendidos e o bloqueio de até R$ 54,6 milhões das contas dos investigados.
Segundo a PF, o núcleo investigado teria articulado o repasse de verbas públicas a alguns municípios no Ceará e, em troca, parte dos valores era desviada para pagamentos ilegais. O grupo criminoso ainda é acusado de influenciar licitações por meio de empresas vinculadas.
Os fatos apurados envolvem crimes como organização criminosa, captação ilícita de sufrágio, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica com fim eleitoral. Até o momento, o deputado Júnior Mano não se manifestou oficialmente sobre as buscas nem comentou o caso nas redes sociais.