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Culto jovem vira ato pró-Bolsonaro na Assembleia de Deus em Goiânia

Publicada em: 20/06/2025 18:46 - GOSPEL

https://www.fuxicogospel.com.br/  Por Caio Rangel 

Cena reacende críticas sobre a politização da fé e o uso do espaço sagrado para exaltação de figuras públicas

Durante a noite desta quinta-feira (19), o ex-presidente Jair Bolsonaro marcou presença no culto INCENDIADOS, evento voltado ao público jovem da Assembleia de Deus – ministério Fama, em Goiânia (GO). Sua participação chamou atenção não apenas pela presença política, mas pela reação efusiva da igreja.

Ao ser convidado ao púlpito, Bolsonaro foi recebido com aplausos e gritos de “Mito! Mito! Mito!”, substituindo as tradicionais expressões como “glória a Deus” e “aleluia”. Em seu breve discurso, relembrou o bordão que o acompanhou durante a campanha presidencial de 2018: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos.”

Essa não é a primeira vez que o ex-presidente é aclamado dentro de um templo evangélico. O gesto de interromper a liturgia para exaltar uma figura política vem se tornando frequente em alguns ministérios, o que tem gerado debate.

Nas redes sociais, internautas reagiram com críticas à postura da igreja. Muitos apontaram como problemática a mistura entre culto religioso e manifestação política, questionando se o altar seria o lugar apropriado para esse tipo de homenagem.

O encerramento do momento foi marcado por uma oração feita pelo pastor da casa, que pediu intercessão pela vida de Bolsonaro. “Ele está abatido. Vocês sabem o que esse homem tem enfrentado. Quero convidar essa juventude incendiada a estender as mãos e clamar por ele”, declarou o líder religioso.

Entre oração e gritos de apoio, o culto deixou no ar uma velha polêmica: até que ponto é saudável a aproximação entre fé e política dentro da igreja? Para uns, foi um ato de intercessão. Para outros, mais uma cena de campanha disfarçada no altar.

O episódio reacende o debate sobre o papel das igrejas no cenário político brasileiro, especialmente em tempos em que líderes religiosos têm se posicionado publicamente a favor de figuras políticas.

Enquanto defensores dessa prática afirmam que a fé não deve ser desvinculada da vida pública, críticos apontam o risco de instrumentalização da religião para fins eleitorais, o que pode comprometer a neutralidade espiritual e dividir os próprios fiéis.

Independentemente das opiniões, o culto mostrou que, no Brasil, a fé e a política seguem entrelaçadas — e cada vez mais presentes no mesmo altar.


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