Segundo os parlamentares, os áudios divulgados pelo jornalista trazem indícios de atuação política por parte de integrantes do Judiciário

Durante sessão da Comissão de Segurança Pública do Senado nesta quarta-feira (30), a pastora e senadora Damares Alves (Republicanos-DF) fez uma declaração polêmica ao questionar o equilíbrio psicológico do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A parlamentar levantou a possibilidade de solicitar formalmente um exame de sanidade mental do magistrado, citando dispositivos legais que permitiriam tal avaliação em autoridades públicas.

“Talvez não seja uma questão de caráter. Pode ser que estejamos lidando com um quadro clínico. Complexo de perseguição é uma condição reconhecida, e isso pode representar risco à segurança pública nacional”, afirmou a senadora durante a audiência, sinalizando que pretende refletir mais sobre o assunto nos próximos dias.

A declaração de Damares ocorreu no contexto de uma audiência com o jornalista Glenn Greenwald, convidado pelos senadores para falar sobre a série de vazamentos conhecida como “Vaza Toga”.

Segundo os parlamentares, os áudios divulgados pelo jornalista trazem indícios de atuação política por parte de integrantes do Judiciário, especialmente do ministro Moraes.

Após o encontro, a senadora reiterou sua crítica em uma publicação nas redes sociais. Segundo ela, os diálogos apresentados demonstrariam conduta parcial e direcionada de Moraes na condução de inquéritos no STF.

“Foi tanta arbitrariedade que eu não consegui pensar em outra explicação. O comportamento dele precisa ser analisado, pode haver um distúrbio psicológico em curso”, escreveu.

Além de Greenwald, o jornalista português Sérgio Tavares também prestou depoimento na audiência. Ambos alegaram que há indícios de uso indevido da estrutura do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em benefício próprio. Greenwald ainda afirmou que o ministro Alexandre de Moraes mantém poderes extraordinários herdados das eleições de 2022 e que juristas evitam criticá-lo publicamente por temerem represálias.

A fala de Damares deve ampliar o debate sobre os limites do poder Judiciário e reacende as tensões entre os Três Poderes, especialmente em um momento em que as instituições enfrentam críticas de diversos setores da sociedade.

A senadora, conhecida por sua postura combativa, defende que é preciso avaliar não apenas as ações, mas também o estado emocional de autoridades com tamanha influência sobre o país. O episódio reforça o clima de desconfiança mútua entre lideranças políticas e o Judiciário, numa conjuntura em que as garantias democráticas estão sob constante escrutínio.

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